«queria tanto que alguém me amasse por alguma coisa, que escrevi»

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

que merda já viste?

desculpa, eu sei que não digo asneiras, que não tem nada haver comigo, e que ninguém está habituado a ouvir-me dizer ou escrever algo parecido. desculpa. ando à dia a encher as ultimas paginas dos meus cadernos com textos gigantes, e por fim, como quase nada escrito ando a publicar no tumblr, vim aqui. como acontece de meses em meses. está tanto frio.

ontem pensei 'o tempo vai passando, e eu não penso assim tanto em ti', mas ao pensar nisso, pensei em ti o resto do dia, pensei em vocês, nela, nisto tudo , nela a viver a minha vida, e eu metida no dentista todas as sextas-feiras. que merda. merda! sonhei com os teus pais, deu-me uma saudade, não tua, mas deles, daquela segunda família que tu me emprestavas nos domingos de jogo. lembrei-me do teu pai a dizer que sempre que o jogo fosse fora e eu quisesse ir, que lhe chamasse que ele fazia questão de me vir buscar, dele a agradecer o jantar de aniversário surpresa que te preparei, da tua mãe a pedir-me para te dar juízo e dos banhos de sol que apanhávamos na praia quando ias jogar para perto do mar, da tua avó que me lembrava a minha - que tão cedo ma levaram, e por fim, do teu irmão que aceitou namorar comigo, naquelas brincadeiras poucas de cunhados, que ainda consegui ter com ele e a sua timidez.
lembranças. certo. quando amas o que viveste, custa-te lagar, deixar, aceitar. e tu que me conheces, nunca esperaste que eu não tentasse qualquer tipo de aproximação amigável, como sempre fiz, na verdade, nem eu esperava. mas como dizem, e bem, o tempo vai passando, e nós vamos crescendo, e superando um pouco do que nunca fomos para deixar os outros serem por nós. independentemente do nosso feio final, eu aprendi tanto, contigo, no nosso quotidiano juntos, sem ti, na tua partida. doeu como à merda! foi, foi fodido, as perguntas 'o que se passou?' 'acabaram?' 'conta-me' 'estás bem?', quando o que mais queria era ir viver para Lisboa, ou para a China, e ver-te toda a hora, e ver tudo o que fizeste. foste mauzinho não foi? soube-te bem não foi? lembraste de quando dizias que eu era a tua melhor amiga? deste cabo de mim, partiste-me aos mil bocadinhos. eu sorri, mas aquilo matou-me por dentro. saber-me de fora da tua vida, do outro lado da tua, no mesmo sentido, sem cruzar caminho. e tu com ela, no outro lado do ecrã do telemóvel. e se passou lado? sim a tua sombra, em todas as vezes, que olhaste para mim, como se fosse um ser inexistente. os sentimentos? levei-os para todo o lado, para os testes, para a almofada, para o telefonema desesperado, para as insónias da minha mãe, para um abraço amigo, para o lado esquerdo da cama. foi uma merda. mas hoje prometi, que nunca mais, que por toda a falta de respeito, nunca mais, que morra este amor, que guarde apenas coisas boas, e na parte do meu coração em que não preciso de ti presente. que tudo mude, um pouco, menos tu, para não querer te amar, ou gostar de amar-te.
sonhei então com eles, e lembrei-me, do teu pai a ouvir musica alta no carro, a oferecer pastilhas, da tua mãe a sorrir-me, sempre tão alegres, tão modestos, do pouco que tinham e tudo davam, tão boa gente. a cara chapada daquilo que eras, e eu amava.

sábado, 15 de outubro de 2011

e vais por aí, de rei na barriga, com palavrões e expressões que soam mal vindas da tua boca, vulgarizando este amor, enchendo cada vez mais a tua lista telefónica, já nada inseguro das tuas antigas inseguranças, com novos planos incutidos, e vais por aí, tão novo, tão outro, tão outra pessoa do que já foste (ou és). vejo de longe. mas sorrio-te pela frente. é. das poucas vezes que ainda me consegues olhar na cara, eu gosto de sorrir, de fingir que estou melhor do que nunca. eu não era assim, de te querer mostrar o contrário, logo a ti, nunca. mas agora, agora que estás com ela, eu não sinto vontade de ser um mínimo de verdadeira contigo. tentas manter segredo, esqueces-te que o mundo é assim, as coisas nunca ficam na boca de todos a quem pedes segredo, tu sabes tão bem disso, quantas vezes nos apanharam, com olhares, com beijos atrás de postes..se te desejo algo de mal? não. não consigo trocar amor por ódio. e amo-te. a indiferença a com que te mantens achando que nada está mal, é que me dói, me vai tirando o chão um bocadinho a cada bocadinho, enquanto os dias se arrastam, um dia, outro dia, mais um, amanha, hoje, a seguir, outro dia, sem ti. desiludida, tão desapontada. com tantas ideias na cabeça, com tantos planos que tínhamos, acabo por procurar empregos, voluntariados, que me encham todo o tempo que sobra da escola e do ginásio. continuo a pensar em ti. eu conheço-te tão bem, que isso me faz mal. como vejo esse tanto vosso amor, como ilusão. não é para que voltes, longe disso. é que sabes? eu sei como dormes, sei como acordas de manhã, sei de cor as tuas roupas favoritas, a maneira como corres em jogo, como ajeitas o cabelo depois do banho, como agarras a canela, como fechas os olhos quando beijas, reconheço a tua caligrafia de longe, o cheio da tua pele, porque raramente te enches de perfume, o quanto gostas de caracóis, e entremeada mista, de ice tea de limão e manga. de pizza com extra queijo, de tosta de frango, de magnos. quando sorris por simpatia, quando estas chateado, quando estás feliz, quando algo te incomoda. das palavras que usaria se te dissessem x ou y. que isso me faz, achar que ainda és o que sempre foste. que me faz não me arrepender de tudo o que deixei por ti, de quando estava mal de amores, e ligava-te, e tu não me deixavas dormir até saberes o que se passava, de quando éramos loucos, e cantávamos no meio da estrada, de quando fingíamos ser namorados só na brincadeira, de quando me chateavas com trabalhos da escola, eras o único que eu deixava sempre próximo de mim, o único que me podia agarrar pela cintura sem que eu me afastasse, o único que me deixava ser doida ao extremo e alinhava comigo, que dançava comigo quando todos se mantinham sentados. não te lembras? de te ensinar tocar flauta, das dedicatórias que me fazias nos cadernos, das aulas em que não fazíamos nada, de me fazeres largar todos os meus namorados para voltar para ti? de estares sempre mais comigo do que eles mesmos? das tuas parvoíces, da tua fome, e dos teus sonhos. tu eras o único que tirava fotos loucas comigo mesmo quando não estava na moda, eras o único que se atirava sempre para o meu sofá, e dizia 'tens comida?'. tu sempre foste o meu melhor amigo, o meu melhor amor, e eu sou tu, mais do que fui qualquer outra pessoa na minha vida. e se reparares em tudo, e imaginares se fosse eu a fazer-te o que me andas a fazer, o quão grande é a desilusão pela que estou a passar. nem imaginas o que dói perderes alguém que te é tanto, de veres alguém sair da tua vida, como tantos outros, com um olhar de indiferença todos os dias, de estar com outra pessoa, de vulgarizar tanto amor, e uma amizade tão grande, de merecer vindo de alguém que te ama tanto, um texto em que se diz 'deixei-te sozinho nisto, já não estamos juntos'.
promete-me apenas que quando caíres, te vais levantar, e vais ser forte, pela primeira vez eu não vou estar aqui, eu fui embora para ser feliz, não se ama quem não existe. adeus, first love

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

meio qualquer coisa

a fingir que não me custa quando a tua sombra passa pela minha, em silêncio, em indiferença, quando antes, corrias, e fazias questão de junta-las, para que nada nosso estive-se longe. a fingir que não custa, ás vezes quero acreditar que ainda me conheces minimamente bem depois destes seis longos anos, e que entendes, e percebes, e vês, que não, que nada está bem em mim, que existe um sorriso tremulo cheio de lágrimas por trás quando passas, que dói, e que não está a ser, de modo algum fácil. lembras-te, quando dizias que nunca me irias deixar, que estarias do meu lado, incondicionalmente? que seria a tua melhor amiga? o teu chão quando o mundo vira-se de pernas para o ar? o abraço apertado que te daria todos os dias? eu acreditei tanto. e dei-te tanto, e levas-te tudo. ando meio vazia sabes. a minha casa é o teu reflexo. oh , como eu ando a odiar morar aqui. eu mudei tudo, tirei fotos, embalei roupas, presentes, meio com magoa, meio desiludida, meio, meio com pena de mim, meio sem forças de te ver na foto da entrada, tão filho dos meus pais quanto eu. mais dono do meu espaço que eu, mais parte da minha vida que eu. isso ás vezes acontece, não é mentira não. em parte, sei que sabes de tudo o que digo aqui. espero agora, quieta. de vez em quando dá vontade de te ligar ás 4h da manhã como tantas vezes já fizeste, e dizer-te que tenho saudades tuas, mas meio quieta, meio sem saber, espero que meio tempo, leve tudo isto para longe, que nos volte a fazer dar o melhor de nós, que num dia qualquer me procures, e eu poça de novo encostar o meu nariz no teu queixo, a respirar fundo, a sentir que estás ainda para mim, como eu nunca vou deixar de estar para ti, com todo o amor, ainda, uma irmã emprestada. meio nada, meio tudo. dá-me a mim de volta, por agora, peço-te. apenas. só. dorme bem amor, seja onde estejam os teus pensamentos, os teus planos, o teu novo eu - que tanto me desilude. beijinho no nariz com sabor a kiwi, como sempre.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

vês depois que nunca te pedi nada, que nunca te exigi nada, que mesmo depois de tudo não perdi a iniciativa, de tentar, de convidar, de ir, de ir tantas vezes e ver uma porta fechada, que mesmo meio sozinha no mundo, dei-te este mundo e outro, e tudo o que de melhor conheço te quis dar a conhecer, pelo saber do bom que é viver tudo aquilo que amo. e vês depois, que mesmo quando chorei, que mesmo quando me agarraste pela cintura e beijaste o meu pescoço com um 'amo-te' no ouvido, eu, eu sempre só quis o melhor do nós. que calei, que não falei para tentar esquecer, que não pus regras, que não tive ciumes, que sempre te defendi aos olhos do mundo, aos meus olhos. que te abri a porta como nunca ninguém te vai abrir, sempre, que estive lá quando gritaste por mim, quando o chão te falhou, quando precisaste de carinho e atenção, de uma conversa das nossas, de um lanche cheio de porcarias, de um filme no sofá da minha sala, até quando não quiseste nada. vês depois, que nunca te virei as costas. ando a sentir saudades tuas, mas não faço questão de demonstrar isso. só isso.

sábado, 10 de setembro de 2011

abres a porta, segues-me até ao sofá, com um olhar de adeus, não falas, esperas que eu fale, desato a chorar, encostas a minha cara ao teu peito, chamo-te montes de nomes a soluçar, a perguntar porque te levam de novo para tão longe de mim, a tentar explicar-te, que independentemente de ultimamente teres posto tudo nas minhas mãos, tudo aquilo que devíamos fazer juntos, e que achaste que deveria fazer sozinha, eu nunca desisti. que o erro foi teu, que eu também me canso, que também fico farta, desconsolada, perdida, e que também tenho de sorrir para esconder aos olhos do mundo aquela ferida que não deixa dormir. agarro-te o cabelo com força. a qualquer palavra, vou cair mais uma vez. mas que cair não significou nunca deixar de te amar ou virar-te as costas pelo caminho mais fácil. que todos os meus silêncios, e tentativas de ausência, estiveram longe de ser falta de amor. abres a porta, com um olhar de adeus, mas de quem ainda assim fica, para saber, para mais uma vez ver, e sentir, que depois de ser tua, depois de seis anos, eu nunca soube ser de mais ninguém, e que afinal, nunca te falhei - percebes depois, pelas noites em que choraste, e reparaste que não estava por culpa tua.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

pós

depois de um dia de praia, de um jantar cá em casa, ele no sofá, engolia seco, com os olhos de quem olha mas não vê, a televisão fazia barulho, para o momento parecer menos do tanto que no fundo era para os dois, cada um tinha a distância de duas semanas, e depois de tantos anos, de tantas esperas, de tantos encontros, de tanta saudade, sabíamos o peso de duas semanas. era gigante, era gigante depois do beijo matinal diário, da mão dada no autocarro, da toalha dividida na praia, dos casacos de inverno partilhados, da presença constante que nunca suportou o vazio do frio de uma cama de casal ocupada pela metade em tardes de setembro, em fins de dia de dezembro, pós-almoços de maio.
deixam-nos a sós, para que tenhamos um pouco mais de nós, mas o coração não pára, a cabeça não pára, o corpo não reage. não é medo de perder, é medo da dor, medo da espera, dos dias que demoram meses, dos kms que se tornam muito mais longes. em poucos minutos descemos, o carro está quase a chegar, para leva-lo, diz-me para não chorar, mas a sua expressão facial não engana, não quer que chore, para não chorar. num beijo rápido, entra, naquele carro com as pessoas que fizeram o amor da minha vida, e a elas agradeci pelo feito. desejam boa viagem, ele no banco de trás engole seco, controlado. e arrancam. em segundos o homem da minha vida desapareceu no virar daquela esquina.
corro para a casa da pipa, cheia de vontade de chorar, e com um sorriso forçado, e uma gargalhada que nunca morre naquela casa, despeço-me. fácil.
em casa a mala já estava feita. choro, de saudades antecipadas, choro de uma outra coisa qualquer, que só quem ama sabe, o que é ter de ir embora, e deixar ficar.
de madrugada o telemóvel treme, é ele, com um testamento, com palavras que guardo, que ficarão para sempre, num capitulo qualquer de um livro meu qualquer.
ás 9h o avião arranca, a TAP diz a hora estimada de voo, a temperatura, e a pior frase 'dentro de momentos iremos iniciar a nossa viagem em direcção a praga' e aí. aí tudo fica num passado que queremos fazer de nosso presente, num passado que nos parece tão longe do futuro, de algo que nos pertence, nos completa, como nada nem ninguém. - incrível como tanta gente não acredita nisso, mas é verdade, é mesmo.
uma cidade linda, o meu irmão á espera, uma língua estranha, uma casa diferente. mas naquelas duas semanas ele não saí, não saí da cabeça. uma espera inquieta, que desmotiva, que cansa, que desanima, que nunca acaba, um mail enviado, um mail que não chega, uma mensagem vista fora de tempo. parece que todos os pedacinhos doem ali, ou pelo menos nos momentos mortos do dia doíam, ou quando cada casal insistia em passar na meu ângulo de visão na rua. dentro dos metros que enunciam a chegada com o vento frio no rosto, antes mesmo no alcance do olhar, e que partem antes mesmo de dar tempo de sentar.
os dias são assim. os dias com falta, são assim, dão voltas e voltas, e acabam no mesmo. mas lá passar passam, ou melhor, arrastam-se, numa lentidão de 87909 horas que parece ter cada dia.
chego, sempre com preguiça de desfazer as malas - então elas que fiquem feitas, no chão do quarto, tiro apenas a roupa suja. sempre curiosa, para ver, saber, estar.
e ele chega também, ali, do outro lado da estrada, a falar comigo ao telemóvel, a adiantar o passo, a chegar perto, a abraçar, a beijar ainda na estrada, a subir as escadas ao meu lado, a tocar-me, doidos, cheios de saudade, desejo e amor. deitado na minha cama como sempre faz, a falar, a olhar-me, a ouvir-me. a fazer-nos acreditar sempre mais em nós, longe de matar as saudades todas, que vão sempre existir acumuladas, durante horas, e eu, sempre curiosa, para ver, saber, estar, e eu ali, no meio dos braços dele, que são a melhor casa, e o melhor país que conheço e tenho, para ver que não mudou nada. que quando estivéssemos no centro comercial ele iria olhar para a montra, não para ver a roupa, mas o seu reflexo, que ele, seria sempre ele, o meu, o meu joão, o meu amor, o homem da minha vida.
e com todas as certezas do mundo, pós-horas-de-conforto-de-amor-pós-viagem, este amor tem-nos como nada na vida já nos teve.
amo-o.

sábado, 11 de junho de 2011

conto-te por aqui entretanto altesa. sabes, acordei meio nova. o dia parece estar bom lá fora, mas fiquei por casa, a arrumar umas coisinhas, a separar roupas, a planear cada dia do nosso verão, e a experimentar bikinis. com o som de fundo, do amor do john mayer. e isso, soa-me bem. acordei meio nova, com tendência a achar que é domingo. sem medos, com uma proximidade tão intima da paz interior. aqui e agora, sabes, não quero mais nada. ontem acordei, e numa manhã agitada, até chegar á porta do joão, e fui ver o treino dele, seguindo-se um almoço no forum, um pedacinho na casa do hugo, e um acampamento na rua. e amiga, foi tão bom. tão certo. porque depois destes dias que ele andou em baixo, é optimo ve-lo com aquele sorriso. dar mimos, não só porque ele precisa mas para retribuir os mimos que me dá. e desta vez, é esta semana, e é diferente dos outros anos. por isso, vai correr tudo bem moni! acordei sem medos. acordei meio nova. acordei, e percebi que há momentos na tua vida que sabes que se virares as costas, ele virá atrás, e noutros, em que o medo é tanto, que ficas apática e caso nesse momento ele for para qualquer outro lado, sentes-te deixada, quando não era isso. ele não sabia, ele foi porque não sabia que precisavas que te tirasse o medo. acordei sem medos. não com a certeza de que correria bem, ou que ele seria incapaz de me abandonar. longe disso. mas acordei sem medos, porque acontecesse o que acontecesse sei que marcou os dois. que não seria fácil nunca. nem para mim, nem para ele. acordei com a sensação de que só por este 'tudo tão bem' já valia a pena. sem prisões, sem obrigações. porque sempre fomos demasiado assim. numa conversa louca, disse-lhe 'sabes, as minhas amigas gostam de ti, porque não me queres só para ti, porque se for necessário abdicas de uma tarde a 2 para ter uma tarde a 20, porque sabes que me faz bem. somos assim'. concordou, e riu-se. sabe que é verdade. e depois sinto-me feliz. ali, como foi toda esta semana, não foi necessário um quarto escuro, um momento 'intimo', um momento a dois sem mais ninguém por perto, para ele saber que o amo, que é ele, e pronto! e ele que repita, que me cante mais aos ouvidos, que goze comigo, me deixe cair no meio da rua, lanche com as minhas amigas, faça declarações de amor pela calculadora, seja tonto e parvo e fale muito, e me interrompa sempre que falo, e me tente pentear. porque desde que seja ele. está bem. fica certo. fica calmo. acordei meio nova. com a sua camisola que cheira a ele ao meu lado. acordei meio sem medos. acordei com vontade de mudar o quarto. para a semana ajudas-me? acordei meio assim. meio metro e meio como sempre. meio com muito amor. meio sem mgs de bom dia amor, mas ainda assim, meio sem medos.

sábado, 14 de maio de 2011

muito mais

«e tu não teres vindo atrás de mim doeu muito mais do que quando eu precisei ir embora»

eu precisava de me largar de tudo aquilo que me prendia, não me estava a fazer bem, eram demasiadas incertezas, era um amor incomodo, atrapalhado, quase que forçado, desconfiado, desafinado, cansado, gasto. uma necessidade esmagadora de um esclarecimento, com um fim em mente. embora que com um fim em mente, existe em nós mulheres uma esperança que não morre, que espera sempre mais, que antes de falar, cala, e espera um pouco mais, como se no dia seguinte tudo voltasse ao bom que era, e eu, eu sou mais uma delas, eu não fujo à regra. amava-te tanto. e num dia davas tudo por nós, e uma semana, deixamos de dar migalhas, restos, restando-nos o nada. não dava nada, não davas nada. nada. com uma conversa amigável acabou. que enorme era a quantidade de lágrimas que tive de prender durante uma semana até chegar ao meu canto. desliguei, respondi-te, respondi ao h., olhei em volta, sorri, com um alivio, e com uma felicidade triste. contraditório não? doeu-me muito, muito mais, o não teres vindo atrás, a certeza de que já não era realmente nada, do que o meu ponto de saturação para iniciar aquela conversa. e como eu precisei que naquele momento, por algum motivo, me tivesses agarrado, e puxado. tinha acabado porque não estava bem, mas amava-te, e o que se passava contigo, até hoje, eu não sei. e doeu tanto. - verão09 (j.)

amo-te muito, i mean, never let me go, and when you think go away again, please stay, ou back fast. i love you like, i have no idea like what. (j.)

tenho saudades

hoje queria estar a escrever como escrevi durante quase todo o ano passado, com saudade. tive tantos meses cheia de saudades dele, e ele ali, perto, mas era aquela saudade, saudade de amor perdido, de amor esquisito, de amor que deu tanto e que tinha ido embora, saudade de sentir amor, de amar, de amar-me de certa forma. essa saudade também nos desgasta. oh, eu quase deixei tudo por essa saudade. depois? oh, depois eu voltei, ele voltou, para variar um bocadinho da nossa longa história, e em minutos já me enchia de beijinhos, mimos e assistia filmes comigo cá em casa. é fácil voltar, porque mesmo não querendo com medo, não existe nada melhor do que ser (re)conquistada pela pessoa que amamos. o que nos mata é a saudade dos finais.
mas hoje não. hoje podia escrever que tenho saudades do j., podia, porque na realidade tenho, aquela saudade boba de fim de semana, aquele desejo de o ter aqui durante estes dois dias que nos separam a acordar-me, e a fazer-me feliz. mas hoje não. hoje estou em crise. estou melancolia, carente, nada decente. são três semanas que me distanciam de praga. são três semanas, e ao contrario do j. ele não vai aparecer dentro de 48h só porque sim. e como é horrivel esta saudade. saudade de alguém que foi, e ao mesmo tempo queria ficar, alguém que nos levou, e deixou ao mesmo tempo. alguém que de nós tinha sempre o sorriso mais sincero. alguém incondicional. é. é o meu irmão. é isso mesmo. e pronto! estou tão sensível com isto tudo que já desatei a chorar, e por isso, deixo este texto sem fim. vou dormir ou qualquer coisa. não sei.*

segunda-feira, 2 de maio de 2011

não ter teorias, era uma filosofia. pelo menos a dela. talvez não esperar nada de ninguém facilita-se bastante as coisas. ou não lhe davam nada, e ela não se desiludia, ou, davam-lhe pouco, mas um pouco que bastava. sorri. chora. salta. fala. escreve. tudo nos verbos imperativos. não havia emoções misturadas, sentimentos ou qualquer coisa do tipo. uns não aceitavam, empregavam as tipicas expressões do 'esquisito' mas também, o que se podia esperar dela. uma aproximação? ela tinha medo. tinha medo, tinha um pai que nunca conheceu, uma mãe que faleceu nova, um avô exigente. ela tinha medo, repito, medo, medo de chegar demasiado perto, porque todos os que lhe disseram que estariam sempre lá, deixaram-na. não era rapariga de sofrer de amor, paixonetas. era órfã da vida, sentada num canto. era imigrante da própria casa. era a escuridão por detrás dos seus olhos claros. oh, sorri, chora! salta! fala! escreve! qualquer coisa! viver para mim é qualquer coisa - respondeu em voz baixa. se lhe consegui tirar mais alguma palavra da boca? nenhuma.

sábado, 23 de abril de 2011

tão, qualquer coisa.

a certa altura, bastava daquilo. chega! muitas vezes chega! chega! chega! chega! chega! estávamos cegos, eu já não conseguia estar bem, tu já não andavas feliz. tu aprendias a ser indiferente, e eu pelo contrario esquecia-me de como suportar a indiferença. eu já andava pelos cantos. tão ridícula, tão mentalizada de um fim, que cada momento, gravava-o como o ultimo. isso não nos fazia bem. de todo. e quantas vezes tivemos de cair, de levantar, de ter recaídas até percebermos um mínimo do que a vida nos quer ensinar? e quantas vezes tu disseste as palavras que eu precisei de ouvir no momento exacto? e quantas vezes, te escrevi, cheia de amor? nós criámos a nossa casinha. pequenina, somos muito novos ainda. viajámos e voltámos para casa, e depois de anos, a gente aprendeu, a não ligar ás palavras e a valorizar cada atitude, cada pedacinho. eu fico radiante sempre que descreves os meus textos em lindos, mas, oh, não existe nenhum livro, dicionário, com o quão bom é aquele abraço apertado, aquele beijo longo, aquela mão na minha, aquele ombro pousando em mim, aquele rosto a dormir na almofada ao meu lado, ou aquele sorriso sempre que chegas.

vais ser sempre tu

doido, rapaz, eterno jovem. com aquela estrutura corporal típica de jogador de futebol. vais ser sempre tu, mais de metade do valor de cada j que acrescento ao final das minhas coisas. vais ser sempre tu, a fazer planos comigo, a entrelaçar as tuas pernas nas minhas sempre que vemos um filme no sofá. vais sempre conhecer cada beco da minha casa, e oferecer os sorrisos e 'as melhoras' mais educadas à minha mãe. porque tu és mesmo assim, e o que és não morre, esconde-se, ou qualquer outra coisa do género, mas está sempre lá. vais ser sempre tu a contar os segundos baixinho até a porta fechar, para me atirares para cima da cama, encheres-me de cocegas e mimos. tu vais ser sempre o mais romântico e ao mesmo tempo gozares com o romantismo. tu vais sempre perceber quando estou a representar, e vais entrar no jogo num abrir e fechar de olhos, e vais implicar com a minha falta de jeito. vais dar sempre aquela gargalhada de gozo quando eu não chegar aos sítios altos com o meu 1,50m e depois acrescentar um 'amo-te pequenina'. e no meio das brincadeiras, sempre que eu mencionar o nome de outros, tu vai apertar-me com força, e descrever-me como tua. vais levar-me a sítios básicos e por-me a falar de politica, e comer pizzas cá em casa sempre que der, e arrotar baixinho, e ser chato, e falar muito. e é isso que me faz bem. saber que, independentemente de, se, aquilo que és há anos, vais ser sempre. e como eu te amo tanto idiota.

segunda-feira, 11 de abril de 2011


ela estava a passar por tudo aquilo que eu passei quando foste embora. não podia falar-te disto. não queria por nada deste mundo reviver aqueles meses. mas eu estava a vive-los de novo, porque eu nunca, mas nunca a iria deixar sozinha. e sabes quando te sentes inutil? porque agora faltavam-me todas palavras sábias que faltou a toda a gente quando fui eu. mas eu compreendia-a, tão bem, bem de mais. até mesmo quando ela chora a falar, eu choro também. era parte dela, mas a parte dela tocava na minha parte. sabia que não a podia deixar ir a baixo, porque eu iria junto. e depois, quem nos ia levantar ás duas? é isso que acontece com as irmãs não é?
não fales, já dormes. espero. porque é sempre chato quando o sono nos falha, e ficamos no rebola rebola. estou aqui, deitada, com aqueles mini-calçoes de pijama que conheces, e com uma t-shirt que fica larga até ao meu pai, estou fresquinha, peguei numa molinha pequenina e prendi a parte da frente do cabelo. precisava de vir aqui, e escrever qualquer coisa. para ti. sempre para ti não é? para ti, que és o inicio, o meu e o fim de toda a minha escrita. doi-me quando as palavras de faltam, mas tu sabes que quando escrevo sou eu, o meu eu a sério, que tu, conheces e sabes de cor. as coisas podiam nem sempre ser como nos filmes, nós podemos até nem sempre ter dinheiro sufeciente para almoçar fora, e acabarmos com o chá e as tostas da minha mãe, podes nem levar-me a new york, mas mostras-me os pores do sol mais lindos do mundo. é que dás-me aquela certeza, de que sempre que eu tiver com vontade de estudar, tu vais aparecer, agarrar na minha cintura, morder-me o nariz, as bochechas, soprar-me para os olhos, que seja, só para me roubares um sorriso e isso, nada compra. que sempre que eu quiser ser doida, tu vais alinhar, nas minhas peças de teatro, e inventar dialogos dramaticos e lunaticos, para não me sentir sozinha nisto. que posso ser ao teu lado todas as personagens do mundo desde que nunca te faça duvidar que sou ainda eu. eu não mudava nada em ti. eu percebi, que chegámos aqui, porque tu és no fundo o meu melhor amigo, és tu quem me faz cocegas e me manda á merda com um beijo na boca, que me chama todos os nomes do mundo, e corre com um doce amor nos lábios. és tu quem eu escolhi, ou quem o meu destino escolheu, mesmo que não seja para sempre. eu amo-te mais do que tantas coisas neste mundo, tu sabes que isso é verdade, mas é engraçado como tu quase não acreditas nisso. e pouco importam as discusoes mimosas do quem gosta mais. eu não sei. eu definitivamente não sei, eu nem quero saber. só quero que quando a vida nos trocar as voltas de novo, e tiveres de ir embora por algum motivo, me prometas que voltarás como sempre voltaste, e se algum dia eu virar as costas, esperes, e nunca, mas nunca desistas de mim, nem de nós. aliás, porque é por isto que dou tudo, por estas palavras de mim para ti, pela minha mãe, e um pouco muito grande.

segunda-feira, 21 de março de 2011

não,

não podia perder-te por nada deste mundo. aliás, assustava-me, o facto de estar a ver o fim aproximar-se de nós, a engolir-nos aos poucos, e nós sem fazer nada. eu sabia que aquele ia ser o ultimo beijo, pelo menos naquela parte da história, eu sabia, que aquele beijo apressado no meio de uma gigantesca multidão, seria o ultimo. tu dizias que voltavas dentro de minutos, mas mesmo antes de acabares de o dizer, eu tinha a plena noção que mal virasses as costas, não te passaria pela cabeça regressar. tudo o que te puxava, naquele momento, era mais forte do que te prendia. eu queria até correr a trás, agarrei-te a mão cheia de medo, e foi aí que me deste o ultimo sorriso. quando desapareceste do alcance do meu olhar, eu tremia por tudo o que era sitio no meu corpo. e o dia estava lindo, sol, temperaturas altas, era o ultimo dia daquilo, e era também o ultimo 'nós'. custava-me aceitar, e custava-me ainda mais, não fazer nada. a certa altura, tinha perdido o interesse, estava sem armas, sem forças. eram muitos meses, era muito tempo. tinha de nos compreender. tinha de perceber que estava na partida, e lá iam os bons momentos de chegada. nem uma semana passou. nem uma palavra foi dita de nenhuma das partes. e noutra tarde, quando liguei-te, mentalizada do que se passaria, e do que se passou de seguida, e chegamos ao fim. eu não chorei acreditas? eu aguentei uma semana sem chorar. tinha muita gente comigo, e o Algarve não merecia tal situação. mas o ultimo, o ultimo do nosso, o ultimo de ti em mim, de mim em ti desejado, não me saía da cabeça. senti-me tão forte, e tão frágil. tão vazia. tinhas levado contigo tudo o que era meu, com um 'obrigada por tudo j.' que mencionaste antes de desligar. e ainda assim, eu sabia, que não te podia ter perdido por nada deste mundo. perder-te, era igual, a perder-me, ou pior, era igual a perder-nos, e nós éramos tão aquilo, tão aquilo que eu mais tinha com tanto carinho, com tudo o que tinha dado. e nada disso foi fácil. - verão 2009.

amor, olhando agora para o que escrevo, vendo os diários, desde 2005, vendo tudo o que já se passou, eu ainda nem acredito, que cá estamos ainda. eu ainda nem acredito, que eu voltei, que tu voltaste. eu ainda nem acredito, que és tu, que foste tu, que continuas a ser tu. tu, sempre tu. amo-te

domingo, 20 de março de 2011

mais, sempre mais.

adoro quando chegas perto, com aquela cara de 'eu vou-te roubar, e vamos daqui para fora', e puxas-me para perto, e dizes 'vamos amor', aceleras o passo, e sem darmos por ela, a velocidade a que falamos das coisas é gigantesca. sabes o que eu vou responder, a cada coisa que dizes, e ainda gozas com isso. só que é bom, saber que sabes, que ouves, que quando estás, estás. que me conheces aos pequenos pormenores. mesmo que no dia seguinte, me abandones e comeces uma historia de amor nova, não esqueces. porque as pessoas nunca se esquecem, nem memorizam de um dia para o outro, não é? e tudo o que sabemos sobre ambos, não decoramos ontem, nem na ultima semana. mas é, que eu adoro mesmo quando vens com aquela cara. porque esse momento é fatal para mim. é um sim, muitas vezes sim, claro que sim. podes abraçar-me bem forte, e dar-me um beijo daqueles de tirar o fôlego, podes começar a correr, que é certo que eu vou correr a trás. não importa. não importa que sejas o mais doido, nem que me assopres para a cara, ou que espirreis sempre que tenho vontade de espirrar, ou qualquer coisa do género que adoras. não importa. é o mais sincero, não importa. é o mais sincero sorriso, que tiras de mim. tu és muito parvo, mas eu amo-te muito. e depois, tu chegas com aquela cara de 'cheguei', e com aquele sorriso de 'não te zangues comigo', e com aquele beijo de 'vá, deixa isso para lá', e eu amo-te ainda mais. sempre mais.

quarta-feira, 16 de março de 2011

aprendi a ficar quieta quando aquilo que mais quero e desejo não depende só de mim.

amo-te, até mesmo quando a monotonia dos dias nos leva a uma rotina que odeio, mesmo quando o tempo nos foge. mesmo que só por um beijo apressado a meio do dia. vem meu amor, quero fugir disto. largamos os estudos e vamos para um sitio bem longe aqui. eu e tu. vem. no meio deste movimento constante a que se resume o meu quotidiano, no meio de todo o amor. eu não ia pensar nem duas vezes. vem. puxa-me contra ti, leva-me, beija-me, abraça-me forte até a ultima costela do meu corpo estalar. não me deixes nunca mais.
«i will love you, i wiil love you, i will love you»
foto: miradouro de almada, fev11

quarta-feira, 9 de março de 2011

sabes,

quando me ligaste, eu disse-te que tinha consulta no outro dia, queria salientar ainda que ia ter de ir sozinha, porque o meu pai trabalha e a minha mãe ainda esta encamada. queria pedir-te para ires comigo, queria até implorar-te por isso. no dia da consulta, fui com a pipa - que está sempre presente, e recebi a má noticia que sabes, queria poder ligar-te a chorar, ou simplesmente ligar-te para contar, porque afinal, se tu podes-me ligar de madrugada para falar de nada, não devia haver mal em eu ligar-te de dia para falar de mim. quando de noite finalmente senti-me melhor, mandei-te mensagem, como não respondeste, fui ao cinema com as minhas amigas, que sempre arranjam solução para não ficarmos presas em casa, e de nos animarmos. e no dia seguinte, também não quiseste dar noticias, e sabes o que foi injusto aqui? é que eu disse que não a todos os meus convites antecipados para esse dia, porque tu tinhas dito que querias estar comigo, passei o dia de pijama, e na noassa conversa percebi que te tinhas esquecido tanto da minha consulta como do que tinha dito e como a certo momento resolveste desaparecer, acabei por desabafar com o jota, que anda preocupado comigo, e super chateado por não estarmos juntos á mais de um mês, sabes porquê? porque costumavamos ir lanchar ás sextas, e tu sabes o que eu faço agora as sextas não é? e aproveitámos para combinar um almoço qualquer, porque ele também anda mal, e eu não ando presente, e passei a madrugada a falar com o pp, para matarmos algumas saudades, e nos animarmos mutuamente. tinha então passado o carnaval, a moni estava em londres, e eu precisava tanto dela, porque é a unica que agora consegue perceber-me, ou minorar a tua ausencia, e restava-nos um dia, por isso, depois de fazer o trabalho de grupo com a mari e com a bumbum logo de manhã, resolvi ligar-te pela primeira vez sem sentido, só para saber se tinhas um tempinho para mim a seguir ao almoço, porque eu estou cheia de saudades tuas, e o pi pi pi, tocou até chegar ao voicemail, fui tomar banho, na esperança que me retomasses a chamada, ou que simplesmente mandasses um sms, e quando saí da banheira, tinha chamadas não atendidas e sms por ler, e adivinha? nenhum teu. comecei então a ficar preocupada contigo, e com a tua avó. vesti-me, e como mais nada me sobrava se não as explicações de matemática, fui para o fórum com elas, fomos ás compras, fomos passear, e exprimentar vestidos, saltos altos, e aquilo lembrava-me de ti. pensei duas vezes em comprar-te a prendar de dia de s.valentim atrasada, mas não o fiz, afinal, nem fazia sentido. apesar da preocupação, estavas desaparecido, e pensei por mim própria que se quisesses realmente dar noticias farias-o de livre e espontânea vontade. e como não disseste mais nada, acabei a tarde a lanchar com o diogo, que é mais um daqueles amigos, que nós lhe roubámos o tempo, mas que estava sempre presente. e foi quando cheguei a casa, e te vi bem oneline, a comenta-la com as tuas típicas brincadeiras, é que percebi que todo o esforço que fiz estes três dias resumia-se a nada. o teu desinteresse começava-se então a influenciar o meu interesse nisto tudo. estou tão cansada que parece que saí de uma guerra. ando a ter dores horríveis ao longo da noite, não ando a dormir bem. mas para não parecer tão dramática - porque sei que sou, finjo que é tudo numa boa. mas agora não ligo mais, não esforço mais. da próxima vez é tudo teu mérito. da próxima vez, não quero fazer este papel.

segunda-feira, 7 de março de 2011

«hoje eu diria qualquer coisa se você telefonasse»

hoje, eu queria que o telemovel tocasse, e aparecesse o teu numero no visor. digo hoje mas já passa da meia noite, e é provávél que já não me ligues antes de eu adormecer. estou com muito sono. o meu dia foi um tanto complicado. tu sabes que eu odeio hospitais. e pior, eu odeio ir a hospitais para receber más noticias. a minha mãe esteve lá internada quase um més, aquilo era como a minha segunda casa, e agora eu, ter de voltar lá, sozinha, para ouvir a medica dizer-me que vou ter de continuar a ser acompanhada, com um possivel risco que estar mal do rim. senti tanto medo. senti medo porque não tinha comigo ninguém, a minha mae em casa, e o meu pai a trabalhar, e eu ali, sozinha, armada em mulherzinha. não é que eu nao fosse ás minhas consultas sozinhas, não, era que eu estava demasiado desamparada para receber uma noticia daquelas. senti-me demasiado nova, demasiado insegura. tive muito medo. hoje se tivesses telefonado, eu iria pela segunda vez desatar a chorar. é que hoje, eu precisei mesmo de falar contigo. hoje faltava-me o mundo e um pouco mais, e sentia-me injusta em me sentir assim. ontem mandaste-me dormir, para não me atrasar hoje para a consulta. perferia nem ter ido! mas hoje se telefonasses, eu ia dizer-te qualquer coisa. hoje eu queria muito receber a tua chamada. queria que me dissesses que iamos estar juntos, ou que estavas a caminho daqui, que não ia ter de esperar até quinta feira á tarde para te ver, porque demanha tens labs. hoje, nem queria festejar carnaval algum. hoje queria ter daquelas tardes de filmes, nossas, deitados no sofá, com um manta. hoje se tivesses telefonado, ias perceber o porquê de eu estar com esta necessidade de ti. hoje se. mas hoje tu não ligaste. eu hoje não tive saudades, mas eu precisei mesmo muito de ti. amo-te

«e tem sido você, e vai continuar sendo você.»

com todas as tuas loucuras, com todas as partidas, com todas as palavras caladas, por todos os nós engolidos a seco, por cada noite perdida, por todas as lagrimas, por cada vez que não conseguimos. por todas as coisas que correram menos bem, e todas as vezes em que fomos pelo caminho mais fácil, e tentamos deixar morrer. mas também, por cada gargalhada alta partilhada, por cada manha, tarde, e noite, por cada texto, por cada musica dedicada, por cada mão dada, pelos tantos beijos e amaços, pelo abraço mais seguro do mundo, pelas brincadeiras. por tudo o que criámos aos poucos, ao longo de vários anos. é por tudo isso. que tens sido tu, e vais continuar a ser tu. e mude o que mudar, que venham novos amores, e que partimos desta história para sempre, tu vais sempre ser tu para mim, um pedacinho meu. é, eu cheguei lá, mesmo que nem sempre sejas o mais correcto, e mesmo que me magoes, eu vou sempre ser a boba que nunca te vai deixar. ou amo-te muito, ou sou mesmo boba, ou então é as duas. tu fazes muito feliz. e soa-me bem, saber que vais continuar a ser tu, pelo menos por agora, meu amor.

quarta-feira, 2 de março de 2011

«a gente acaba mesmo numa esquina qualquer, lembrando de alguém que um dia chegou e depois foi embora»

eu lembrava-me de ti,
era uma coisa fácil, daquelas em que não pa drecisave concentração para faze-la, daquelas que mais fácil, só uma saída com os amigos, e gargalhadas soltas. os números, os meses, as frases e as musicas. os lugares, os cheiros, as conversas. tu lá estavas, numa data qualquer, numa frase qualquer que encaixava, nas letras das musicas que faziam total sentido, nos lugares onde antes estavamos, no cheiro das minhas velas e do teu perfume sempre que estavas menos longe, nas conversas que nunca tinham sido apagadas dos telemoveis antigos, e os comentários nas antigas redes sociais. ah! e as fotografias! nunca as quis apagar, e meia volta, num dia menos mexido, dois cliques naquela pasta que tem mais de dois anos. e cada foto, tinha um momento, cada momento um sentimento, cada sentimento uma lembrança, e cada lembrança um monte de saudades. era fácil, fácil lembrar-me de ti.