«queria tanto que alguém me amasse por alguma coisa, que escrevi»

sábado, 10 de setembro de 2011

abres a porta, segues-me até ao sofá, com um olhar de adeus, não falas, esperas que eu fale, desato a chorar, encostas a minha cara ao teu peito, chamo-te montes de nomes a soluçar, a perguntar porque te levam de novo para tão longe de mim, a tentar explicar-te, que independentemente de ultimamente teres posto tudo nas minhas mãos, tudo aquilo que devíamos fazer juntos, e que achaste que deveria fazer sozinha, eu nunca desisti. que o erro foi teu, que eu também me canso, que também fico farta, desconsolada, perdida, e que também tenho de sorrir para esconder aos olhos do mundo aquela ferida que não deixa dormir. agarro-te o cabelo com força. a qualquer palavra, vou cair mais uma vez. mas que cair não significou nunca deixar de te amar ou virar-te as costas pelo caminho mais fácil. que todos os meus silêncios, e tentativas de ausência, estiveram longe de ser falta de amor. abres a porta, com um olhar de adeus, mas de quem ainda assim fica, para saber, para mais uma vez ver, e sentir, que depois de ser tua, depois de seis anos, eu nunca soube ser de mais ninguém, e que afinal, nunca te falhei - percebes depois, pelas noites em que choraste, e reparaste que não estava por culpa tua.

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