«queria tanto que alguém me amasse por alguma coisa, que escrevi»

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

vês depois que nunca te pedi nada, que nunca te exigi nada, que mesmo depois de tudo não perdi a iniciativa, de tentar, de convidar, de ir, de ir tantas vezes e ver uma porta fechada, que mesmo meio sozinha no mundo, dei-te este mundo e outro, e tudo o que de melhor conheço te quis dar a conhecer, pelo saber do bom que é viver tudo aquilo que amo. e vês depois, que mesmo quando chorei, que mesmo quando me agarraste pela cintura e beijaste o meu pescoço com um 'amo-te' no ouvido, eu, eu sempre só quis o melhor do nós. que calei, que não falei para tentar esquecer, que não pus regras, que não tive ciumes, que sempre te defendi aos olhos do mundo, aos meus olhos. que te abri a porta como nunca ninguém te vai abrir, sempre, que estive lá quando gritaste por mim, quando o chão te falhou, quando precisaste de carinho e atenção, de uma conversa das nossas, de um lanche cheio de porcarias, de um filme no sofá da minha sala, até quando não quiseste nada. vês depois, que nunca te virei as costas. ando a sentir saudades tuas, mas não faço questão de demonstrar isso. só isso.

sábado, 10 de setembro de 2011

abres a porta, segues-me até ao sofá, com um olhar de adeus, não falas, esperas que eu fale, desato a chorar, encostas a minha cara ao teu peito, chamo-te montes de nomes a soluçar, a perguntar porque te levam de novo para tão longe de mim, a tentar explicar-te, que independentemente de ultimamente teres posto tudo nas minhas mãos, tudo aquilo que devíamos fazer juntos, e que achaste que deveria fazer sozinha, eu nunca desisti. que o erro foi teu, que eu também me canso, que também fico farta, desconsolada, perdida, e que também tenho de sorrir para esconder aos olhos do mundo aquela ferida que não deixa dormir. agarro-te o cabelo com força. a qualquer palavra, vou cair mais uma vez. mas que cair não significou nunca deixar de te amar ou virar-te as costas pelo caminho mais fácil. que todos os meus silêncios, e tentativas de ausência, estiveram longe de ser falta de amor. abres a porta, com um olhar de adeus, mas de quem ainda assim fica, para saber, para mais uma vez ver, e sentir, que depois de ser tua, depois de seis anos, eu nunca soube ser de mais ninguém, e que afinal, nunca te falhei - percebes depois, pelas noites em que choraste, e reparaste que não estava por culpa tua.