«queria tanto que alguém me amasse por alguma coisa, que escrevi»

segunda-feira, 21 de março de 2011

não,

não podia perder-te por nada deste mundo. aliás, assustava-me, o facto de estar a ver o fim aproximar-se de nós, a engolir-nos aos poucos, e nós sem fazer nada. eu sabia que aquele ia ser o ultimo beijo, pelo menos naquela parte da história, eu sabia, que aquele beijo apressado no meio de uma gigantesca multidão, seria o ultimo. tu dizias que voltavas dentro de minutos, mas mesmo antes de acabares de o dizer, eu tinha a plena noção que mal virasses as costas, não te passaria pela cabeça regressar. tudo o que te puxava, naquele momento, era mais forte do que te prendia. eu queria até correr a trás, agarrei-te a mão cheia de medo, e foi aí que me deste o ultimo sorriso. quando desapareceste do alcance do meu olhar, eu tremia por tudo o que era sitio no meu corpo. e o dia estava lindo, sol, temperaturas altas, era o ultimo dia daquilo, e era também o ultimo 'nós'. custava-me aceitar, e custava-me ainda mais, não fazer nada. a certa altura, tinha perdido o interesse, estava sem armas, sem forças. eram muitos meses, era muito tempo. tinha de nos compreender. tinha de perceber que estava na partida, e lá iam os bons momentos de chegada. nem uma semana passou. nem uma palavra foi dita de nenhuma das partes. e noutra tarde, quando liguei-te, mentalizada do que se passaria, e do que se passou de seguida, e chegamos ao fim. eu não chorei acreditas? eu aguentei uma semana sem chorar. tinha muita gente comigo, e o Algarve não merecia tal situação. mas o ultimo, o ultimo do nosso, o ultimo de ti em mim, de mim em ti desejado, não me saía da cabeça. senti-me tão forte, e tão frágil. tão vazia. tinhas levado contigo tudo o que era meu, com um 'obrigada por tudo j.' que mencionaste antes de desligar. e ainda assim, eu sabia, que não te podia ter perdido por nada deste mundo. perder-te, era igual, a perder-me, ou pior, era igual a perder-nos, e nós éramos tão aquilo, tão aquilo que eu mais tinha com tanto carinho, com tudo o que tinha dado. e nada disso foi fácil. - verão 2009.

amor, olhando agora para o que escrevo, vendo os diários, desde 2005, vendo tudo o que já se passou, eu ainda nem acredito, que cá estamos ainda. eu ainda nem acredito, que eu voltei, que tu voltaste. eu ainda nem acredito, que és tu, que foste tu, que continuas a ser tu. tu, sempre tu. amo-te

domingo, 20 de março de 2011

mais, sempre mais.

adoro quando chegas perto, com aquela cara de 'eu vou-te roubar, e vamos daqui para fora', e puxas-me para perto, e dizes 'vamos amor', aceleras o passo, e sem darmos por ela, a velocidade a que falamos das coisas é gigantesca. sabes o que eu vou responder, a cada coisa que dizes, e ainda gozas com isso. só que é bom, saber que sabes, que ouves, que quando estás, estás. que me conheces aos pequenos pormenores. mesmo que no dia seguinte, me abandones e comeces uma historia de amor nova, não esqueces. porque as pessoas nunca se esquecem, nem memorizam de um dia para o outro, não é? e tudo o que sabemos sobre ambos, não decoramos ontem, nem na ultima semana. mas é, que eu adoro mesmo quando vens com aquela cara. porque esse momento é fatal para mim. é um sim, muitas vezes sim, claro que sim. podes abraçar-me bem forte, e dar-me um beijo daqueles de tirar o fôlego, podes começar a correr, que é certo que eu vou correr a trás. não importa. não importa que sejas o mais doido, nem que me assopres para a cara, ou que espirreis sempre que tenho vontade de espirrar, ou qualquer coisa do género que adoras. não importa. é o mais sincero, não importa. é o mais sincero sorriso, que tiras de mim. tu és muito parvo, mas eu amo-te muito. e depois, tu chegas com aquela cara de 'cheguei', e com aquele sorriso de 'não te zangues comigo', e com aquele beijo de 'vá, deixa isso para lá', e eu amo-te ainda mais. sempre mais.

quarta-feira, 16 de março de 2011

aprendi a ficar quieta quando aquilo que mais quero e desejo não depende só de mim.

amo-te, até mesmo quando a monotonia dos dias nos leva a uma rotina que odeio, mesmo quando o tempo nos foge. mesmo que só por um beijo apressado a meio do dia. vem meu amor, quero fugir disto. largamos os estudos e vamos para um sitio bem longe aqui. eu e tu. vem. no meio deste movimento constante a que se resume o meu quotidiano, no meio de todo o amor. eu não ia pensar nem duas vezes. vem. puxa-me contra ti, leva-me, beija-me, abraça-me forte até a ultima costela do meu corpo estalar. não me deixes nunca mais.
«i will love you, i wiil love you, i will love you»
foto: miradouro de almada, fev11

quarta-feira, 9 de março de 2011

sabes,

quando me ligaste, eu disse-te que tinha consulta no outro dia, queria salientar ainda que ia ter de ir sozinha, porque o meu pai trabalha e a minha mãe ainda esta encamada. queria pedir-te para ires comigo, queria até implorar-te por isso. no dia da consulta, fui com a pipa - que está sempre presente, e recebi a má noticia que sabes, queria poder ligar-te a chorar, ou simplesmente ligar-te para contar, porque afinal, se tu podes-me ligar de madrugada para falar de nada, não devia haver mal em eu ligar-te de dia para falar de mim. quando de noite finalmente senti-me melhor, mandei-te mensagem, como não respondeste, fui ao cinema com as minhas amigas, que sempre arranjam solução para não ficarmos presas em casa, e de nos animarmos. e no dia seguinte, também não quiseste dar noticias, e sabes o que foi injusto aqui? é que eu disse que não a todos os meus convites antecipados para esse dia, porque tu tinhas dito que querias estar comigo, passei o dia de pijama, e na noassa conversa percebi que te tinhas esquecido tanto da minha consulta como do que tinha dito e como a certo momento resolveste desaparecer, acabei por desabafar com o jota, que anda preocupado comigo, e super chateado por não estarmos juntos á mais de um mês, sabes porquê? porque costumavamos ir lanchar ás sextas, e tu sabes o que eu faço agora as sextas não é? e aproveitámos para combinar um almoço qualquer, porque ele também anda mal, e eu não ando presente, e passei a madrugada a falar com o pp, para matarmos algumas saudades, e nos animarmos mutuamente. tinha então passado o carnaval, a moni estava em londres, e eu precisava tanto dela, porque é a unica que agora consegue perceber-me, ou minorar a tua ausencia, e restava-nos um dia, por isso, depois de fazer o trabalho de grupo com a mari e com a bumbum logo de manhã, resolvi ligar-te pela primeira vez sem sentido, só para saber se tinhas um tempinho para mim a seguir ao almoço, porque eu estou cheia de saudades tuas, e o pi pi pi, tocou até chegar ao voicemail, fui tomar banho, na esperança que me retomasses a chamada, ou que simplesmente mandasses um sms, e quando saí da banheira, tinha chamadas não atendidas e sms por ler, e adivinha? nenhum teu. comecei então a ficar preocupada contigo, e com a tua avó. vesti-me, e como mais nada me sobrava se não as explicações de matemática, fui para o fórum com elas, fomos ás compras, fomos passear, e exprimentar vestidos, saltos altos, e aquilo lembrava-me de ti. pensei duas vezes em comprar-te a prendar de dia de s.valentim atrasada, mas não o fiz, afinal, nem fazia sentido. apesar da preocupação, estavas desaparecido, e pensei por mim própria que se quisesses realmente dar noticias farias-o de livre e espontânea vontade. e como não disseste mais nada, acabei a tarde a lanchar com o diogo, que é mais um daqueles amigos, que nós lhe roubámos o tempo, mas que estava sempre presente. e foi quando cheguei a casa, e te vi bem oneline, a comenta-la com as tuas típicas brincadeiras, é que percebi que todo o esforço que fiz estes três dias resumia-se a nada. o teu desinteresse começava-se então a influenciar o meu interesse nisto tudo. estou tão cansada que parece que saí de uma guerra. ando a ter dores horríveis ao longo da noite, não ando a dormir bem. mas para não parecer tão dramática - porque sei que sou, finjo que é tudo numa boa. mas agora não ligo mais, não esforço mais. da próxima vez é tudo teu mérito. da próxima vez, não quero fazer este papel.

segunda-feira, 7 de março de 2011

«hoje eu diria qualquer coisa se você telefonasse»

hoje, eu queria que o telemovel tocasse, e aparecesse o teu numero no visor. digo hoje mas já passa da meia noite, e é provávél que já não me ligues antes de eu adormecer. estou com muito sono. o meu dia foi um tanto complicado. tu sabes que eu odeio hospitais. e pior, eu odeio ir a hospitais para receber más noticias. a minha mãe esteve lá internada quase um més, aquilo era como a minha segunda casa, e agora eu, ter de voltar lá, sozinha, para ouvir a medica dizer-me que vou ter de continuar a ser acompanhada, com um possivel risco que estar mal do rim. senti tanto medo. senti medo porque não tinha comigo ninguém, a minha mae em casa, e o meu pai a trabalhar, e eu ali, sozinha, armada em mulherzinha. não é que eu nao fosse ás minhas consultas sozinhas, não, era que eu estava demasiado desamparada para receber uma noticia daquelas. senti-me demasiado nova, demasiado insegura. tive muito medo. hoje se tivesses telefonado, eu iria pela segunda vez desatar a chorar. é que hoje, eu precisei mesmo de falar contigo. hoje faltava-me o mundo e um pouco mais, e sentia-me injusta em me sentir assim. ontem mandaste-me dormir, para não me atrasar hoje para a consulta. perferia nem ter ido! mas hoje se telefonasses, eu ia dizer-te qualquer coisa. hoje eu queria muito receber a tua chamada. queria que me dissesses que iamos estar juntos, ou que estavas a caminho daqui, que não ia ter de esperar até quinta feira á tarde para te ver, porque demanha tens labs. hoje, nem queria festejar carnaval algum. hoje queria ter daquelas tardes de filmes, nossas, deitados no sofá, com um manta. hoje se tivesses telefonado, ias perceber o porquê de eu estar com esta necessidade de ti. hoje se. mas hoje tu não ligaste. eu hoje não tive saudades, mas eu precisei mesmo muito de ti. amo-te

«e tem sido você, e vai continuar sendo você.»

com todas as tuas loucuras, com todas as partidas, com todas as palavras caladas, por todos os nós engolidos a seco, por cada noite perdida, por todas as lagrimas, por cada vez que não conseguimos. por todas as coisas que correram menos bem, e todas as vezes em que fomos pelo caminho mais fácil, e tentamos deixar morrer. mas também, por cada gargalhada alta partilhada, por cada manha, tarde, e noite, por cada texto, por cada musica dedicada, por cada mão dada, pelos tantos beijos e amaços, pelo abraço mais seguro do mundo, pelas brincadeiras. por tudo o que criámos aos poucos, ao longo de vários anos. é por tudo isso. que tens sido tu, e vais continuar a ser tu. e mude o que mudar, que venham novos amores, e que partimos desta história para sempre, tu vais sempre ser tu para mim, um pedacinho meu. é, eu cheguei lá, mesmo que nem sempre sejas o mais correcto, e mesmo que me magoes, eu vou sempre ser a boba que nunca te vai deixar. ou amo-te muito, ou sou mesmo boba, ou então é as duas. tu fazes muito feliz. e soa-me bem, saber que vais continuar a ser tu, pelo menos por agora, meu amor.

quarta-feira, 2 de março de 2011

«a gente acaba mesmo numa esquina qualquer, lembrando de alguém que um dia chegou e depois foi embora»

eu lembrava-me de ti,
era uma coisa fácil, daquelas em que não pa drecisave concentração para faze-la, daquelas que mais fácil, só uma saída com os amigos, e gargalhadas soltas. os números, os meses, as frases e as musicas. os lugares, os cheiros, as conversas. tu lá estavas, numa data qualquer, numa frase qualquer que encaixava, nas letras das musicas que faziam total sentido, nos lugares onde antes estavamos, no cheiro das minhas velas e do teu perfume sempre que estavas menos longe, nas conversas que nunca tinham sido apagadas dos telemoveis antigos, e os comentários nas antigas redes sociais. ah! e as fotografias! nunca as quis apagar, e meia volta, num dia menos mexido, dois cliques naquela pasta que tem mais de dois anos. e cada foto, tinha um momento, cada momento um sentimento, cada sentimento uma lembrança, e cada lembrança um monte de saudades. era fácil, fácil lembrar-me de ti.