«queria tanto que alguém me amasse por alguma coisa, que escrevi»

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

que merda já viste?

desculpa, eu sei que não digo asneiras, que não tem nada haver comigo, e que ninguém está habituado a ouvir-me dizer ou escrever algo parecido. desculpa. ando à dia a encher as ultimas paginas dos meus cadernos com textos gigantes, e por fim, como quase nada escrito ando a publicar no tumblr, vim aqui. como acontece de meses em meses. está tanto frio.

ontem pensei 'o tempo vai passando, e eu não penso assim tanto em ti', mas ao pensar nisso, pensei em ti o resto do dia, pensei em vocês, nela, nisto tudo , nela a viver a minha vida, e eu metida no dentista todas as sextas-feiras. que merda. merda! sonhei com os teus pais, deu-me uma saudade, não tua, mas deles, daquela segunda família que tu me emprestavas nos domingos de jogo. lembrei-me do teu pai a dizer que sempre que o jogo fosse fora e eu quisesse ir, que lhe chamasse que ele fazia questão de me vir buscar, dele a agradecer o jantar de aniversário surpresa que te preparei, da tua mãe a pedir-me para te dar juízo e dos banhos de sol que apanhávamos na praia quando ias jogar para perto do mar, da tua avó que me lembrava a minha - que tão cedo ma levaram, e por fim, do teu irmão que aceitou namorar comigo, naquelas brincadeiras poucas de cunhados, que ainda consegui ter com ele e a sua timidez.
lembranças. certo. quando amas o que viveste, custa-te lagar, deixar, aceitar. e tu que me conheces, nunca esperaste que eu não tentasse qualquer tipo de aproximação amigável, como sempre fiz, na verdade, nem eu esperava. mas como dizem, e bem, o tempo vai passando, e nós vamos crescendo, e superando um pouco do que nunca fomos para deixar os outros serem por nós. independentemente do nosso feio final, eu aprendi tanto, contigo, no nosso quotidiano juntos, sem ti, na tua partida. doeu como à merda! foi, foi fodido, as perguntas 'o que se passou?' 'acabaram?' 'conta-me' 'estás bem?', quando o que mais queria era ir viver para Lisboa, ou para a China, e ver-te toda a hora, e ver tudo o que fizeste. foste mauzinho não foi? soube-te bem não foi? lembraste de quando dizias que eu era a tua melhor amiga? deste cabo de mim, partiste-me aos mil bocadinhos. eu sorri, mas aquilo matou-me por dentro. saber-me de fora da tua vida, do outro lado da tua, no mesmo sentido, sem cruzar caminho. e tu com ela, no outro lado do ecrã do telemóvel. e se passou lado? sim a tua sombra, em todas as vezes, que olhaste para mim, como se fosse um ser inexistente. os sentimentos? levei-os para todo o lado, para os testes, para a almofada, para o telefonema desesperado, para as insónias da minha mãe, para um abraço amigo, para o lado esquerdo da cama. foi uma merda. mas hoje prometi, que nunca mais, que por toda a falta de respeito, nunca mais, que morra este amor, que guarde apenas coisas boas, e na parte do meu coração em que não preciso de ti presente. que tudo mude, um pouco, menos tu, para não querer te amar, ou gostar de amar-te.
sonhei então com eles, e lembrei-me, do teu pai a ouvir musica alta no carro, a oferecer pastilhas, da tua mãe a sorrir-me, sempre tão alegres, tão modestos, do pouco que tinham e tudo davam, tão boa gente. a cara chapada daquilo que eras, e eu amava.