«queria tanto que alguém me amasse por alguma coisa, que escrevi»

sábado, 14 de maio de 2011

muito mais

«e tu não teres vindo atrás de mim doeu muito mais do que quando eu precisei ir embora»

eu precisava de me largar de tudo aquilo que me prendia, não me estava a fazer bem, eram demasiadas incertezas, era um amor incomodo, atrapalhado, quase que forçado, desconfiado, desafinado, cansado, gasto. uma necessidade esmagadora de um esclarecimento, com um fim em mente. embora que com um fim em mente, existe em nós mulheres uma esperança que não morre, que espera sempre mais, que antes de falar, cala, e espera um pouco mais, como se no dia seguinte tudo voltasse ao bom que era, e eu, eu sou mais uma delas, eu não fujo à regra. amava-te tanto. e num dia davas tudo por nós, e uma semana, deixamos de dar migalhas, restos, restando-nos o nada. não dava nada, não davas nada. nada. com uma conversa amigável acabou. que enorme era a quantidade de lágrimas que tive de prender durante uma semana até chegar ao meu canto. desliguei, respondi-te, respondi ao h., olhei em volta, sorri, com um alivio, e com uma felicidade triste. contraditório não? doeu-me muito, muito mais, o não teres vindo atrás, a certeza de que já não era realmente nada, do que o meu ponto de saturação para iniciar aquela conversa. e como eu precisei que naquele momento, por algum motivo, me tivesses agarrado, e puxado. tinha acabado porque não estava bem, mas amava-te, e o que se passava contigo, até hoje, eu não sei. e doeu tanto. - verão09 (j.)

amo-te muito, i mean, never let me go, and when you think go away again, please stay, ou back fast. i love you like, i have no idea like what. (j.)

tenho saudades

hoje queria estar a escrever como escrevi durante quase todo o ano passado, com saudade. tive tantos meses cheia de saudades dele, e ele ali, perto, mas era aquela saudade, saudade de amor perdido, de amor esquisito, de amor que deu tanto e que tinha ido embora, saudade de sentir amor, de amar, de amar-me de certa forma. essa saudade também nos desgasta. oh, eu quase deixei tudo por essa saudade. depois? oh, depois eu voltei, ele voltou, para variar um bocadinho da nossa longa história, e em minutos já me enchia de beijinhos, mimos e assistia filmes comigo cá em casa. é fácil voltar, porque mesmo não querendo com medo, não existe nada melhor do que ser (re)conquistada pela pessoa que amamos. o que nos mata é a saudade dos finais.
mas hoje não. hoje podia escrever que tenho saudades do j., podia, porque na realidade tenho, aquela saudade boba de fim de semana, aquele desejo de o ter aqui durante estes dois dias que nos separam a acordar-me, e a fazer-me feliz. mas hoje não. hoje estou em crise. estou melancolia, carente, nada decente. são três semanas que me distanciam de praga. são três semanas, e ao contrario do j. ele não vai aparecer dentro de 48h só porque sim. e como é horrivel esta saudade. saudade de alguém que foi, e ao mesmo tempo queria ficar, alguém que nos levou, e deixou ao mesmo tempo. alguém que de nós tinha sempre o sorriso mais sincero. alguém incondicional. é. é o meu irmão. é isso mesmo. e pronto! estou tão sensível com isto tudo que já desatei a chorar, e por isso, deixo este texto sem fim. vou dormir ou qualquer coisa. não sei.*

segunda-feira, 2 de maio de 2011

não ter teorias, era uma filosofia. pelo menos a dela. talvez não esperar nada de ninguém facilita-se bastante as coisas. ou não lhe davam nada, e ela não se desiludia, ou, davam-lhe pouco, mas um pouco que bastava. sorri. chora. salta. fala. escreve. tudo nos verbos imperativos. não havia emoções misturadas, sentimentos ou qualquer coisa do tipo. uns não aceitavam, empregavam as tipicas expressões do 'esquisito' mas também, o que se podia esperar dela. uma aproximação? ela tinha medo. tinha medo, tinha um pai que nunca conheceu, uma mãe que faleceu nova, um avô exigente. ela tinha medo, repito, medo, medo de chegar demasiado perto, porque todos os que lhe disseram que estariam sempre lá, deixaram-na. não era rapariga de sofrer de amor, paixonetas. era órfã da vida, sentada num canto. era imigrante da própria casa. era a escuridão por detrás dos seus olhos claros. oh, sorri, chora! salta! fala! escreve! qualquer coisa! viver para mim é qualquer coisa - respondeu em voz baixa. se lhe consegui tirar mais alguma palavra da boca? nenhuma.