«queria tanto que alguém me amasse por alguma coisa, que escrevi»

segunda-feira, 2 de maio de 2011

não ter teorias, era uma filosofia. pelo menos a dela. talvez não esperar nada de ninguém facilita-se bastante as coisas. ou não lhe davam nada, e ela não se desiludia, ou, davam-lhe pouco, mas um pouco que bastava. sorri. chora. salta. fala. escreve. tudo nos verbos imperativos. não havia emoções misturadas, sentimentos ou qualquer coisa do tipo. uns não aceitavam, empregavam as tipicas expressões do 'esquisito' mas também, o que se podia esperar dela. uma aproximação? ela tinha medo. tinha medo, tinha um pai que nunca conheceu, uma mãe que faleceu nova, um avô exigente. ela tinha medo, repito, medo, medo de chegar demasiado perto, porque todos os que lhe disseram que estariam sempre lá, deixaram-na. não era rapariga de sofrer de amor, paixonetas. era órfã da vida, sentada num canto. era imigrante da própria casa. era a escuridão por detrás dos seus olhos claros. oh, sorri, chora! salta! fala! escreve! qualquer coisa! viver para mim é qualquer coisa - respondeu em voz baixa. se lhe consegui tirar mais alguma palavra da boca? nenhuma.

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